Saturday, April 29, 2006

Os Filhos

Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: "Fala-nos dos filhos."
E ele falou:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Do Livro «O Profeta» de GIBRAN KAHLIL GIBRAN

5 Comments:

At 6:03 pm, May 08, 2006 , Anonymous Anonymous said...

Uma big beijocas.
marisocas

 
At 11:52 am, May 25, 2006 , Blogger mitro said...

De facto ele cita um Salmo, é quase uma paráfrase!
(Sal 127:3-5)

 
At 11:10 am, June 20, 2006 , Blogger Luiz Carlos Reis said...

Lindo texto! Me faz pensar que filhos são como navios ancorados no cais do porto, esperando carga para seguirem seus destinos em alto mar.
Grande abraço!

 
At 7:45 pm, June 27, 2006 , Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Olá Lanterna

Penso que tenho tudo o que escreveu "GIBRAN KAHLIL GIBRAN" sábio mestre

"Nasceu em 6 de dezembro, 1883 - em Bsharri, nas montanhas do Líbano, a uma pequena distância dos cedros milenares. Tinha oito anos quando, um dia, um temporal se abate sobre sua cidade. Gibran olha, fascinado, para a natureza em fúria e, estando a sua mãe ocupada, abre a porta e sai a correr com os ventos. Quando a mãe, apavorada, o alcança e repreende, ele lhe responde com todo o ardor de suas paixões nascentes: "Mas, mamã, eu gosto das tempestades. Gosto delas. Gosto!" (Um de seus livros que também foi traduzido em Árabe "Temporais").

O seu túmulo transformou-se num lugar de peregrinação. Ao lado, o Comité Nacional de Gibran edificou um museu onde são expostos algumas das suas belas telas e os seus livros em todas as línguas. Em cima do túmulo, está esta simples inscrição: "Aqui, entre nós, dorme Gibran".

Parabéns pela escolha e obrigada pela partilha.

Beijinhos

 
At 5:28 pm, September 25, 2006 , Blogger tb said...

Sim nem os filhos nem nada é nosso verdadeiramente!
Beijo

 

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